De acordo com a avaliação da UNESCO, o impacto da pandemia de Covid-19 no setor cultural foi ainda mais severo do que o esperado.
Os impactos na Cultura Afro-Brasileira foram imensos: a maior parte da força de trabalho do setor cultural é composta por trabalhadores autônomos, que se depararam com um futuro sombrio, sem perspectiva de retorno aos seus palcos, feiras, shows, teatros e cinemas.
Como líder de equipe, enfrentei o desafio de encontrar uma solução para aqueles que tiveram sua principal fonte de renda comprometida pelo lockdown e outras limitações impostas pela Covid-19. Sugerimos um Concurso, onde os candidatos enviariam vídeos exibindo suas características culturais e artísticas, bem como suas performances. Os candidatos enviariam suas inscrições online e seriam selecionados por termos transparentes e previamente acordados.
A equipe dividiu o grande problema em partes menores como uma forma de enfrentá-lo. Dois problemas foram resolvidos da seguinte maneira:
- Como todos estávamos trabalhando remotamente, precisávamos pensar em uma solução digital, já que não era possível receber documentos ou mesmo visitar centros culturais locais e regionais.
- Um grande número de nossos clientes externos, principalmente cidadãos que vivem em áreas rurais, não tem fácil acesso à internet. Por isso, utilizamos uma linguagem de fácil compreensão, simplificamos os documentos e criamos um e-mail e um número de telefone específicos para que os candidatos pudessem entrar em contato com a equipe, fazer perguntas e solicitar assistência.
- O prêmio precisava ser atraente e também coerente com o objetivo do Concurso: minimizar os impactos da Covid-19 no setor cultural, especialmente para os criadores de cultura afro-brasileira. A equipe elaborou um estudo para defender a ideia de que o prêmio final deveria ser, no mínimo, 10 vezes o salário mínimo brasileiro, para que os candidatos selecionados pudessem se manter e também sustentar suas famílias enquanto suas práticas culturais não podiam ser realizadas como de costume.